Freguesia rica em todas as vertentes, não sendo por isso novidade a sua abundância em termos monumentais.
Em vários lugares da freguesia são patentes vestígios da passagem do povoamento pré-histórico. Os dados arqueológicos confirmam-no nos lugares de Quintela e Vinheiros, Mirás, Poço, Lavra, Eido, Pinhão e Campelo. Do espólio reunido, regista-se um fragmento de asa de ânfora, pedaços de "Tegulae" e um cossoiro.
Se a arqueologia comprova o povoamento castrejo de Soalhães, a toponímia a testemunha a passagem dos godos por aqui, a partir desde logo do nome da freguesia, por ser um nome geográfico abundantemente documentado na Idade Média.
A grandeza e sumptuosidade da Igreja Matriz, com o seu tecto apainelado, coro espaçoso, azulejos da capela mor, torre elevada com bons sinos e relógio, são clara manifestação da sua antiga opulência.
A Igreja de S. Martinho de Soalhães, é originalmente românica, e apesar dos restauros que sofreu, ainda apresenta características desse período, como a porta principal, com duas ordens de colunas de cada lado e três arquivoltas quebradas.
Os capiteis estão decorados com elementos vegetais e são proto - góticos.
Ao lado da fachada, ergue-se uma robusta torre, medieval mas muito desfigurada. No interior do templo, destacam-se os 91 caixotões do tecto e os azulejos setecentistas das paredes da nave e da sacristia.
Símbolo do extinto concelho, é o pelourinho, monumento nacional pelo valor histórico e artístico que ostenta.
O pelourinho de Soalhães foi erguido na rua de Eiró, na mesma freguesia, na confluência das estradas municipais daquela e inferior do Juncal, onde ainda hoje é patente o seu bom estado de conservação, símbolo da jurisdição e independência antiga.
Este singelo monumento, reflecte então a extinta realidade concelhia, a partir da qual se formou o actual concelho de Marco de Canaveses. Trata-se obviamente da abolição do concelho de Soalhães.
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